sábado, 26 de março de 2011

A feira


É final de semana e o sol ainda brilha tímido. Mesmo assim tem curitibanos na rua.
Entre eles uma garota do norte. Típica rondoniense de pé vermelho e gosto apurado.
Estamos todos juntos onde o mundo se encontra. Aqui na feira somos todos iguais.
Mas a feira daqui não é igual a feira de lá. Quase engana, mas há diferenças gritantes.
Só quem percebe é quem viveu lá e aqui.
Lá não encontramos o caqui que aqui encontro com fartura.
O caqui fuyu, caqui café ou simplesmente caqui. O que não encontro lá encontro aqui.
Na feira de lá tenho o cupuaçu, pupunha, castanha, açaí, palmito ...
Uma variedade de produtos da terra, que faz da minha terra a melhor terra de todas.
E o peixe?? Háaaa o peixe!! Pescado ontem e vendido hoje.
O cheiro é forte, mas na panela é único. Desperta os sentidos e aguça os mais exigentes paladares.
Sentindo os prazeres de lá acordo no mundo de cá. É Curitiba e não Porto Velho.
Caminhando pela feira encontro pirogue, pinhão, queijos, embutidos, pêssego, nectarina, chucrutz, pepino na folha de parreira.
Sabores diferentes, clima europeu. Um encontro de pessoas, culturas, costumes e prazeres.
Onde mais eu me sentiria em casa se não na feira???

quinta-feira, 24 de março de 2011

Corpo Presente

Nesta sala fria e vazia.
Experimento uma sucessão de conhecimentos.
Mas não é isso que quer o meu pensamento.
Prefiro pensar porque não consigo te amar?
Na minha frente uma pessoa inerente.
Soltando palavras que não contribuem em nada.
Eu sentada perdida, envolvida com problemas da vida.
Neste drama cotidiano, lembro que fazíamos tantos planos.
Metade se perdeu quando o amor esmoreceu. 
Outra metade vai rolar quando o futuro chegar.
E o amor como fica? Melhor não criar expectativa.
Voltando ao presente me sinto dormente.
Sentada desanimada ouvindo conversa fiada.
Numa sala fria ocupada por gente vazia.